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Vida ao profeta!

  • Foto do escritor: Frei Luis Felipe C. Marques, ofmconv.
    Frei Luis Felipe C. Marques, ofmconv.
  • 25 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de set. de 2020

Hoje o tom da minha reflexão é um pouco forte, por sinal, parece até bem “moralista” e talvez seja um pouco violenta. Não sou habituado a esse tipo de reflexão e nem mesmo esse tom. Mas, vamos lá!

Como sempre o evangelho apresenta uma atualidade fortíssima, voraz e verdadeira. É Palavra viva e eficaz. Jesus certamente não gira em torno de um problema, mas vai direto ao cerne da hipocrisia dos religiosos "daquele tempo".


O tema principal de hoje parece que gira em torno da palavra morte. Não a morte física, da qual homem algum pode escapar, mas a morte interior.


Seria mais ou menos assim: coitado daqueles que são lindos por fora, mas por dentro são semelhantes às tumbas dos mortos, cheio de ossos e podridão. Perante os homens parecem justos e santos, mas dentro estão cheios de hipocrisia, iniquidade e maldade.


Esses são tão perigosos que fico realmente escandalizado.

Sempre me chamou atenção esse trecho do evangelho e sempre o liguei a um trecho do salmo que diz: “a boca está cheia de unção, mas o coração vive em guerra”. Isso é muito sério!! É uma verdade que cada um de nós pode experimentar.


Na verdade, as vezes, toda a nossa vida vai bem externamente, mas por dentro abrigamos raivas, ressentimentos, insatisfações, perguntas estranhas, frustrações, feridas quase que incuráveis que muitas vezes condicionam completamente toda a nossa vida e a vida daqueles que convivem conosco.


E assim, além de carregar um peso pessoal, faço com que a vida do outro também seja pesada. Os mortos por dentro fazem com que os vivos se sintam mortos. A minha não realização me conduz a viver numa eterna conspiração e arquitetura do mal, no único objetivo de salvar a minha pele e as minhas inverdades. Por isso, são perigosos. Conseguem passar ilesos, silenciosos e intocáveis.


Então, o evangelho vira retórica e uma bonita forma de vida se torna slogan. E mais, algo bastante interessante, são tão mortos que não conseguem ver a profecia acontecendo de novo aqui e agora. Elogiam e enfeitam a tumba dos profetas. Ah, se tivéssemos vivido no tempo deles. Ah, se fôssemos daquele tempo não tínhamos compactuado para matar o justo. Ah, o tempo era outro. Sempre: “ah, se fôssemos daquele tempo”. Que cansaço isso me dá! Uma eterna saudade de uma memória adoecida.


E Jesus consegue desmascarar bem essa mau hábito que continuamos a ter no tempo presente, de louvar os profetas somente quando morrem e de persegui-los quando vivem. Sabe porque? Por que o profeta toca onde não pode ser tocado, diz o que não pode ser dito, vive e acredita como nunca o evangelho.

Acho que um bom exame de consciência o Evangelho de hoje pode nos conduzir. Exame esse que não seria somente de dimensão circular viciosa, sempre voltado para mim mesmo e para os meus descompassos, mas que gere arrependimento, purificação da memória e conversão de vida.


Publicado no meu facebook.



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